Questões - ENEM PPL 2019 | Gabarito e resoluções

(ENEM PPL - 2019) Ao relacionar o problema da seca incluso digital, essa charge faz uma crtica a respeito da

(ENEM PPL - 2019) Em suas produes, nem o olho nem o ouvido so capazes de encontrar um ponto fixo no qual se concentrarem. O espectador das peas de Foreman bombardeado por uma multiplicidade de eventos visuais e auditivos. No nvel visual, h contnuas mudanas da forma geomtrica do palco, mesmo dentro de um ato. A iluminao tambm muda continuamente; suas transformaes podem ocorrer com lentido ou rapidez e podem afetar o palco e a plateia: os espectadores podem de sbito se ver banhados de luz quando os canhes so voltados para eles sem aviso. Quanto ao som, tudo gravado: buzinas de carros, sirenes, apitos, trechos de jazz, bem como o prprio dilogo. O roteiro fragmentado, composto de frases curtas, aforsticas, desconectadas. DURAND, R. In: CONNOR, S. Cultura ps-moderna: introduo s teorias do contemporneo. So Paulo: Loyola, 1992 (adaptado). A descrio, que referencia o Teatro Ontolgico-Histrico do dramaturgo estadunidense Richard Foreman, representa uma forma de fazer teatro marcada pela

(ENEM PPL - 2019) A mdia divulga exausto um padro corporal determinado, padro nico, branco, jovem, musculoso e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Pesquisas apontam para o fato de que esse padro de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da populao mundial. Especialmente no Brasil, onde a diversidade uma caracterstica marcante, a mdia no geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de tipos, de raas, pela prpria mestiagem, insistindo num padro nico de beleza tanto para mulheres quanto para homens. MALDONADO, G. A educao fsica e o adolescente: a imagem corporal e a esttica da transformao na mdia impressa. Revista Mackenzie de Educao Fsica e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado). Em relao aos aspectos do padro corporal dos brasileiros, compreende-se que esta populao

(ENEM PPL - 2019) O mato do Mutm um enorme mundo preto, que nasce dos buraces e sobe a serra. O guar-lobo trota a vago no campo. As pessas mais velhas so inimigas dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir matar os bichinhos assustados o tat que se agarra no cho dando guinchos suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que mesmo at quando dorme todo-tempo sonha que est sendo perseguido. O tat levanta as mozinhas cruzadas, ele no sabe e os cachorros esto rasgando o sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamandu. Tamandu passeia no cerrado, na beira do capoeiro. Ele conhece as rvores, abraa as rvores. Nenhum nem pode rezar, triste o gemido deles campeando socrro. Todo choro suplicando por socrro feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, p-ante-p, indo a peitavento, cercaram o casal de tamandus, encantoados contra o barranco, o casal de tamandus estavam dormindo. Os homens empurraram com a vara de ferro, com pancada bruta, o tamandu que se acordava. Deu som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamandu caiu pra l, como um colcho velho. ROSA, G. Noites do serto (Corpo de baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. Na obra de Guimares Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertes mineiros. Nesse fragmento, o narrador empresta cena uma expressividade apoiada na

(ENEM PPL - 2019) Alegria, alegria Que maravilhoso pas o nosso, onde se pode contratar quarenta msicos para tocar um unssono. (Mile Davis, durante uma gravao) antes havia orlando silva flauta, e at mesmo no meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques na gravura dos meus olhos. antes de ontem o cu estava muito azul e eu ela passamos por baixo desse cu. ao mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita pressa de chegar do lado de l. do lado de c no resta quase ningum. apenas os sapatos polidos refletem os automveis que, por sua vez, polidos, refletem os sapatos... VELOSO, C. Seleo de textos. So Paulo: Abril Educao, 1981. Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de Caetano Veloso apresenta um(a)

(ENEM PPL - 2019) 10 anos de hashtag: a ferramenta que mobiliza a internet A hashtag, cone das redes sociais, celebrou em 2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilizao e expresso de emoo e humor. A palavra-chave precedida pelo smbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais. A inveno foi de Chris Messina, designer americano especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usurio intensivo do Twitter props em um tute usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Ele lanou, ento, a primeira hashtag #barcamp sobre oficinas participativas dedicadas inovao na web. O compartilhamento das palavras-chaves que j so citadas 125 milhes de vezes por dia no mundo j serviu de trampolim para mobilizaes em massa. Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam), aps a morte de vrios cidados americanos negros pela polcia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), referente ao movimento que acampou no corao de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo. AFP. Disponvel em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado) Ao descrever a histria e os exemplos de utilizao da hashtag, o texto evidencia que

(ENEM PPL - 2019) TEXTO I A introduo de transgnicos na natureza expe nossa biodiversidade a srios riscos, como a perda ou alterao do patrimnio gentico de nossas plantas e sementes e o aumento dramtico no uso de agrotxicos. Alm disso, ela torna a agricultura e os agricultores refns de poucas empresas que detm a tecnologia e pe em risco a sade de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrcola e que no se utilize de produtos txicos, por entender que s assim teremos agricultura para sempre. Disponvel em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013. TEXTO II Os alimentos geneticamente modificados disponveis no mercado internacional no representam um risco sade maior do que o apresentado por alimentos obtidos atravs de tcnicas tradicionais de cruzamento agrcola. Essa a posio de entidades como a Organizao Mundial da Sade (OMS), a Organizao das Naes Unidas para Alimentao e para Agricultura (FAO), o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovao e Cincia e vrias das principais academias de cincia do mundo. A OMS diz que at hoje no foi encontrado nenhum caso de efeito sobre a sade, resultante do consumo de alimento geneticamente modificado (GM) entre a populao dos pases em que eles foram aprovados. Disponvel em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013. Os textos tratam de uma temtica bastante discutida na atualidade. No que se refere s posies defendidas, os dois textos

(ENEM PPL - 2019) Slow Food A favor da alimentao com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow food um movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e no a qualidade. Traduzido na alimentao, o fast-food est nos produtos artificiais, que, apesar de prticos, so pssimos sade: muito processados e muito distantes da sua natureza como os lanches cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos convencionais etc. etc. Agora, vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse movimento, o alimento deve ser: bom: to gostoso que merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeio uma pausa especial do dia; limpo: bom sade do consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais; justo: produzido com transparncia e honestidade social e, de preferncia, de produtores locais. Deu pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata valores to importantes, mas que muitas vezes passam despercebidos. No toa que ele j est contagiando o mundo todo, inclusive o nosso pas. Disponvel em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017. Algumas palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organizao dos textos e fazendo-os progredir. No segundo pargrafo desse texto, o marcador agora

(ENEM PPL - 2019) A nossa emotividade literria s se interessa pelos populares do serto, unicamente porque so pitorescos e talvez no se possa verificar a verdade de suas criaes. No mais uma continuao do exame de portugus, uma retrica mais difcil, a se desenvolver por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moa de Botafogo em Petrpolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai no quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, no tem emprego. Dulce vai superiora do colgio de irms. Esta escreve mulher do ministro, antiga aluna do colgio, que arranja um emprego para o rapaz. Est acabada a histria. preciso no esquecer que Frederico moo pobre, isto , o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas no pode dar uma mesada grande. Est a o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literrio. BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de S. Disponvel em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017. Situado num momento de transio, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos. No fragmento, esse vis se fundamenta na

(ENEM PPL - 2019) A imagem da caneta de tinta vermelha, associada s frases do cartaz, utilizada na campanha para mostrar ao possvel doador que

(ENEM PPL - 2019) A partir de 2018, a Resoluo n. 518 do Contran obriga todo novo projeto de automvel, SUV e picape dupla a ter pontos de ancoragem para cadeirinhas infantis. Em 2020, a regra passa a valer para todos os modelos venda no Brasil. Esse tipo de fixao possui travas na cadeirinha no formato de garras que so encaixadas em um ponto fixo na estrutura do veculo. O Isofix reduz o deslocamento do pescoo, ombros e coluna cervical. Desde 2008, a Lei da Cadeirinha estabelece que bebs e crianas s podem ser transportados em assentos infantis indicados segundo a faixa etria e o peso. Como reflexo, as mortes de menores de 10 anos caram 23% no Brasil. A cadeirinha do tipo Isofix no presa no cinto, mas em dois pontos de apoio soldados estrutura do carro. H ainda um terceiro ponto, que pode ser de fixao superior (top tether), atrs do encosto. Cada garra de engate se encaixa num ponto de fixao. Depois, s apertar o boto para solt-lo. CARVALHO, C. Disponvel em: http://quatrorodas.abril.com.br. Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). Segundo o texto, a cadeira infantil do tipo Isofix tem por caracterstica

(ENEM PPL - 2019) A expanso do portugus no Brasil, as variaes regionais com suas possveis explicaes e as razes das inovaes da linguagem esto emergindo por meio do trabalho de linguistas que esto desenterrando as razes do portugus brasileiro ao examinar cartas pessoais e administrativas, testamentos, relatos de viagens, processos judiciais, cartas de leitores e anncios de jornais desde o sculo XVI, coletados em instituies como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Pblico do Estado de So Paulo. No acervo de documentos que servem para estudos sobre o portugus paulista est uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro. Quando soube, o pai da moa, enfurecido, forou o rapaz a se casar com ela. O soldado, porm, bateu o p: Nem por bem, nem por mar!, no se casaria. Um linguista pesquisador estranhou a citao, j que o fato se passava na Vila de So Paulo, mas depois percebeu: Ele quis dizer nem por bem, nem por mal!. O soldado escrevia como falava. No se sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou uma prova valiosa de como se falava no incio do sculo XIX. FIORAVANTI, C. Ora pois, uma lngua bem brasileira. Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado). O fato relatado evidencia que fenmenos presentes na fala podem aparecer em textos escritos. Alm disso, sugere que

(ENEM PPL - 2019) Qual a diferena entre publicidade e propaganda? Esses dois termos no so sinnimos, embora sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda a atividade associada divulgao de ideias (polticas, religiosas, partidrias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar no exrcito dos EUA; ou imagens criadas para demonizar os judeus, espalhadas na Alemanha pelo regime nazista; ou um pster promovendo o poderio militar da China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda so as campanhas polticas em perodo pr-eleitoral. J a publicidade, em sua essncia, quer dizer tornar algo pblico. Com a Revoluo Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma ferramenta de comunicao para convencer o pblico a consumir um produto, servio ou marca. Anncios para venda de carros, bebidas ou roupas so exemplos de publicidade. VASCONCELOS, Y. Disponvel em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). A funo sociocomunicativa desse texto

(ENEM PPL - 2019) A mquina extraviada Voc sempre pergunta pelas novidades daqui deste serto, e finalmente posso lhe contar uma importante. Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma mquina imponente, que est entusiasmando todo o mundo. Desde que ela chegou no me lembro quando, no sou muito bom em lembrar datas quase no temos falado em outra coisa; e da maneira que o povo aqui se apaixona at pelos assuntos mais infantis, de admirar que ningum tenha brigado ainda por causa dela, a no ser os polticos. [...] J existe aqui um movimento para declarar a mquina monumento municipal. [...] Dizem que a mquina j tem feito at milagre, mas isso aqui para ns eu acho que exagero de gente supersticiosa, e prefiro no ficar falando no assunto. Eu e creio que tambm a grande maioria dos muncipes no espero dela nada em particular; para mim basta que ela fique onde est, nos alegrando, nos inspirando, nos consolando. VEIGA, J. J. A mquina extraviada: contos. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1974. Qual procedimento composicional caracteriza a construo do texto?

(ENEM PPL - 2019) Biografia de Pasrgada Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. Pedro II a Ciropdia fiquei encantado com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da Prsia, para l passar os veres. A minha imaginao de adolescente comeou a trabalhar, e vi Pasrgada e vivi durante alguns anos em Pasrgada. Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desnimo, saltou-me do subconsciente este grito de evaso: Vou-me embora pra Pasrgada! Imediatamente senti que era a clula de um poema. Peguei do lpis e do papel, mas o poema no veio. No pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evaso nas mesmas circunstncias. Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se h belezas em Vou-me embora pra Pasrgada!, elas no passam de acidentes. No constru o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscncias da infncia as histrias que Rosa, minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc. BANDEIRA, M. Itinerrio de Pasrgada. So Paulo: Global, 2012. O texto um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criao de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo com esse depoimento, o fazer potico em Vou-me embora pra Pasrgada!